Módulo 4: Educação inclusiva

Desenho Universal para Aprendizagem (DUA)

Assim como seu inspirador, o DUA (Desenho Universal para Aprendizagem) busca sintetizar um conjunto de princípios que forma um modelo prático para favorecer a aprendizagem de cada estudante. Ele tem o intuito de superar as limitações de modelos considerados mais conservadores e tradicionais de ensino, em que o professor, por exemplo, fica na frente da sala, com todos os estudantes voltados para ele, aplicando provas pontuais. O professor passa a atuar como um mediador entre o estudante e seu próprio processo de aprendizagem. Há uma ideia de aprendizagem cooperativa, em que o professor é o guia.

Em um profundo diálogo com os avanços da neurociência e do desenvolvimento de tecnologias capazes de mapear a atividade cerebral humana, o DUA identifica redes de aprendizagem no cérebro e procura agir sobre elas.

Clique nas setas abaixo.

Redes de aprendizagem no cérebro

Redes de
reconhecimento

O que se aprende

Reconhecer o conteúdo: os vários processos que permitem ao ser humano identificar e analisar uma informação, um dado ou um conceito.

Imagem da região cerebral das redes de reconhecimento.

Redes
estratégicas

Como se aprende

Agir diante do conteúdo: a capacidade do ser humano de aplicar estratégias de ação para processar a informação recebida.

Imagem da região cerebral das redes estratégicas.

Redes
Afetivas

Por que se aprende

Estabelecer sentido para o conteúdo: capacidade do ser humano de monitorar, envolver-se e criar vínculos afetivos para dar significado a um determinado assunto.

Imagem da região cerebral das redes afetivas.

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É assim que o Desenho Universal para Aprendizagem se relaciona com as redes de aprendizagem: no planejamento de aulas e estratégias para que todos os estudantes da sala possam se relacionar com o conteúdo por meio dessas três redes. Para isso, o DUA se baseia em três princípios:

Desenho Universal para Aprendizagem: Princípios

Princípio
Rede de aprendizagem relacionada
1. Oferecer múltiplos formatos de apresentação do conteúdo
Rede de reconhecimento
2. Oferecer múltiplos métodos de expressão
Rede estratégica
3. Oferecer múltiplas opções de envolvimento com o conteúdo
Rede afetiva

Esses princípios nos dão uma grade para pensar como e porque planejar estratégias de ensino para além das aulas expositivas e da escrita na lousa. Estas não necessariamente devem ser abolidas da sala de aula, mas muitas vezes são insuficientes e, por isso, precisam ser complementadas com outras possibilidades.

Essas possibilidades podem ser sons, imagens, músicas, pinturas, leitura em voz alta, movimento, tato, olfato, paladar. Também é possível explorar o repertório pessoal do estudante, conectando elementos da sua história de vida e de seus conhecimentos prévios aos conteúdos e conhecimentos aprendidos na escola.

Essa proposta visa contemplar diferentes formas de ensino para os diferentes tipos de aprendizagem de acordo com o perfil do estudante e a tabela abaixo ilustra possibilidades para ampliar essas estratégias:

VIAS DE APRENDIZAGEM OU DESAFIO DE APRENDIZAGEM

ESTRATÉGIAS PARA
O PROFESSOR

Estudantes visuais
Objetos ou imagens; informações com códigos de cores; organizadores visuais.
Estudantes auditivos
Palestras ou ensino baseado em discussões; atividades com base nos colegas; audiolivros; software de conversão de texto para fala.
Estudantes com dificuldade de aprendizagem ou atenção
Pouca informação por vez; repetições frequentes; materiais de textos com vários níveis de complexidade; muitos exemplos; experiências de aprendizagem concretas.
Estudantes cinestésicos ou ativos
Ensino na prática; objetos e diagramas tácteis; movimento; ensino baseado em projetos.
Estudantes culturalmente diferentes
Materiais e métodos de ensino culturalmente relevantes e significativos.
Estudantes com diferentes níveis de conhecimento
Conhecimento de base ensinado ou revisto previamente.
Estudantes que preferem se expressar oralmente
Oportunidades de discussão na aula ou responder às perguntas.

Por fim, é importante enfatizar que a utilização dos princípios do DUA não exclui a necessidade do desenho universal para acessibilidade nem do uso de Tecnologias Assistivas[3]. Pelo contrário, é possível pensar no seu uso combinado.

Da mesma forma, é possível que o professor se encontre na necessidade de combinar universalidade e especificidade: planejar aulas de maneira geral e pensar formas de complemento individual para este ou aquele estudante.

Os próximos vídeos desta unidade trazem exemplos de práticas baseadas no Desenho Universal para Aprendizagem! E depois deles, exploraremos materiais pedagógicos acessíveis!

Até breve e bons estudos!

[3] Mais sobre Desenho Universal e Tecnologias Assistivas no módulo sobre Acessibilidades.

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