Módulo 4: Educação inclusiva

Liderança e mobilização como fatores de mudança

Para começar esse assunto, vamos pegar como referência o vídeo da primeira unidade do módulo Histórico e legislação que nos mostra o caso da escola Clarisse Fecury, em Rio Branco, no Acre. Se você já viu e precisa de um pequeno auxílio para se lembrar, uma das narrativas marcantes do vídeo é a da Maria, mãe de Sávio, que soldou uma cadeira ao guidão da bicicleta para levar seu filho à escola. O texto sobre o mesmo caso no portal Diversa também é uma excelente fonte de estudo[1].

O caso Clarisse Fecury é interessante porque contém mais que exemplos de atividades e práticas inclusivas. O resumo do documentário[2] consegue captar o funcionamento de uma escola cujo Projeto Político Pedagógico dialoga de maneira profunda com as concepções e princípios da educação inclusiva.

[1] O Estudo de caso da escola Clarisse Fecury pode ser lido no Portal Diversa!

[2] Versão completa do documentário disponível no youtube!

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De certa forma, essa postura ativa da diretora em buscar formação marca o funcionamento da escola. Isso se manifesta na busca de parcerias que possibilitam as oficinas de LIBRAS e nos espaços de planejamento conjunto e formação continuada. Se as práticas da escola Clarisse Fecury podem ser consideradas como casos exitosos de educação inclusiva, isso se deve à maneira como a equipe da escola, a comunidade escolar mais ampla, as famílias, deixaram-se envolver e pelos esforços e habilidades da diretora em abrir a porta para esse envolvimento.

Não existe uma receita, um passo a passo para a formação e consolidação de lideranças, ainda mais em um universo tão complexo quanto uma unidade escolar. Mas, de tudo que se pode indicar, a participação ativa é fundamental. E não somente a participação individual, que se fecha em si mesma, mas uma participação generosa, que abre possibilidades de outras participações, que incita cada um a fazer o seu melhor. O que é esse melhor varia de pessoa para pessoa.

Efetivar, de fato, uma educação inclusiva é um desafio que exige muito entrosamento e coordenação entre todos os envolvidos. As ferramentas para isso existem, mas nem sempre estão disponíveis da forma mais adequada, e habilitá-las também requer uma postura ativa. Pode ser cuidadosa, generosa, aberta ou disfarçada, mas, sobretudo, ativa.

Pense um pouco...

Além deste curso de formação, por exemplo, quais são as outras formações disponíveis aos seus pares? Existem outros cursos à disposição? Existe um horário reservado para a formação e para o planejamento conjunto? Se não, quais as maneiras para garantir que existam?

O Projeto Político Pedagógico na sua escola é um elemento vivo? Ele respalda as práticas educativas? É um Projeto Político Pedagógico que comunga de uma visão inclusiva de educação? Ele é usado como critério e medida? Ou está na hora de ser revisto, porque mal é lembrado? Quais as maneiras de discuti-lo envolvendo gestão escolar, professores, estudantes e famílias?

Uma parte dos elementos necessários para responder a essas perguntas, esperamos que você esteja recebendo neste curso. Além delas, há os seus próprios conhecimentos e, para além deles, os conhecimentos de seus pares, de suas(seus) estudantes, das famílias delas(es), da comunidade escolar ampla, que envolve o entorno da escola. Uma educação inclusiva realizada na prática requer o cruzamento de todos os diferentes saberes, construídos dentro e fora da escola.